Farmacêutico News - OMS estende recomendações de remdesivir a doentes com COVID-19 grave

A Gilead Sciences, Inc. (Nasdaq: GILD) anunciou a atualização mais recente das recomendações para o tratamento da COVID-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS), que agora recomenda condicionalmente remdesivir para o tratamento de doentes com COVID-19 grave e continua a recomendar condicionalmente remdesivir nos doentes com COVID-19 não grave em maior risco de hospitalização. A recomendação condicional da OMS para a utilização de remdesivir no tratamento de doentes com COVID-19 grave baseia-se, essencialmente, nos resultados finais do estudo SOLIDARITY promovido pela OMS, que demonstrou um risco relativo de morte ou progressão da doença estatisticamente significativo, 17 % inferior para a necessidade de ventilação em doentes que necessitam de oxigénio suplementar na baseline, em comparação com o standard of care (RR: 0,83; 95 % CI: 0,75-0,93). Além disso, o SOLIDARITY demonstrou um risco relativo de mortalidade, estatisticamente significativo, 13 % inferior com remdesivir, nos doentes hospitalizados com oxigénio suplementar e que não necessitam de ventilação mecânica invasiva, em comparação com o standard of care (RR: 0,87; 95% CI: 0,76-0,99). No estudo, remdesivir não teve efeito significativo nos doentes com COVID-19 que já estavam a ser ventilados invasivamente. Estes resultados complementam os obtidos com o ensaio clínico ACTT-1, duplamente-cego, controlado por placebo, do NIAID dos EUA, no qual foi observada uma redução da mortalidade em doentes tratados com remdesivir sob oxigénio de baixo fluxo na baseline, em comparação com placebo, numa análise de subgrupos post-hoc (HR: 0,30; 95 % CI: 0,14-0,64). Remdesivir não demonstrou um benefício de mortalidade na população total ou noutros subgrupos a receber suporte de oxigénio na baseline, quer no ACTT-1 quer no SOLIDARITY. “Quando os resultados completos do SOLIDARITY foram publicados, em maio de 2022, demonstraram que remdesivir reduziu a mortalidade e a progressão para ventilação nos doentes sob oxigénio suplementar, não ventilados invasivamente. Estes resultados são consistentes com outros estudos, tais como o ACTT-1”, disse o Prof. Doutor Merdad Parsey, chief medical officer, Gilead Sciences. “As recomendações da OMS constituem uma peça importante na informação sobre o tratamento da COVID-19 em muitas partes do mundo. Estamos satisfeitos por estas recomendações refletirem o papel crítico que remdesivir desempenha na ajuda à redução da progressão da doença ou da morte por COVID-19. Remdesivir foi disponibilizado a mais de 11 milhões de doentes em todo o mundo e é o único tratamento antiviral recomendado pela OMS tanto para doentes com elevado risco de progressão que não necessitam de oxigénio suplementar como para aqueles que dele necessitam”. Nas recomendações da OMS, os doentes com COVID-19 grave são definidos como aqueles com saturação de oxigénio inferior a 90 % em ar ambiente, sinais de pneumonia e/ou sinais de alterações respiratórias graves; não inclui doentes gravemente doentes sob ventilação mecânica invasiva. Várias organizações nacionais e internacionais de reconhecido mérito, incluindo o U.S. National Institutes of Health (NIH) e a European Society of Clinical Microbiology and Infectious Diseases (ESCMID), recomendam remdesivir para o tratamento da COVID-19 ao longo do espectro de gravidade da doença, desde os doentes não graves com COVID-19 com elevado risco e hospitalização aos doentes com COVID-19 grave. “A última atualização das recomendações para o tratamento da COVID-19 da OMS ajudará a expandir ainda mais o acesso a remdesivir àqueles com doenças mais significativas e que necessitam de opções de tratamento eficazes”, disse a Prof.ª Doutora Elizabeth Sapey, docente de Medicina Aguda e Respiratória no Institute of Inflammation and Ageing, Universidade de Birmingham. “Com esta atualização, as recomendações da OMS são agora um melhor reflexo de todo o conjunto de evidência que apoia o papel de remdesivir no tratamento da COVID-19 e alinhando-se mais estreitamente com as recomendações incluídas na principais guidelines e protocolos”.